Deputada do Zimbabué alega que Mugabe é homossexual

1/1/2012
No Zimbabué, uma deputada do Movimento para a Mudança Democrática foi libertada ontem depois ter sido presa ao acusar o presidente Robert Mugabe de homossexual.
Lynette Karenyi estava  para ser liberada ainda na semana passada mediante o pagamento de uma caução, mas acabou por passar o Natal na prisão por causa de uma lei favorável aos partidarios do presidente.
O público festejou a libertação pelo tribunal de Mutare, na provincia de Manicaland da deputada Lynette Karenyi.
A arguida chegou a pagar 200 dólares de caução pela liberdade condicional no dia 20 de Dezembro, mas o ministério publico fez de tudo para que fosse aplicada uma lei que prevê que mesmo em caso de pagamento de fiança, o acusado ou acausada deve permanecer na prisao pelo menos até 7 dias.
David Tandire advogado de Karenyi disse aos seus apoaintes à saida do tribunal que a luta judicial ainda não estava terminada.
“Ela pôde ser libertada agora após o pagamento de fiança. No dia 12 de Janeiro o processo será retomado.”
A deputada do MDC é acusada de desestabilizar e insultar a autoridade do presidente da república. Ela terá dito aos apoiantes do partido durante um comício no inicio deste mês que o presidente Mugabe teve práticas homossexuais com um membro da alta instância do partido ZANU-PF e antigo presidente, Canaan Banana, preso durante dois anos por praticar sodomia em 1997.
A homossexualidade deverá ser um dos temas importantes das proximas eleições no Zimbabué.
O direito dos homossexuais tem sido um dos pontos do contencioso no anti-projecto da nova constituição política, dada a sua ilegalidade no país.
O primeiro-ministro Morgan Tsvangirai e líder do MDC tem-se mostrado cauteloso afirmando não apoiar essa orientação mas que reconhecia os homossexuais como seres humanos.
O presidente Mugabe por sua vez, afirma que os homossexuais destroiem o principio da nação e permitir o casamento homossexual à semelhança de alguns países ocidentais seria uma “insanidade”.
A questão da homossexualidade vai estar de novo na ribalta política dentro de semanas com o reinício do julgamento de Lynette Karenyi.

http://www.voanews.com/portuguese/news/12_29_11_zimbabwe_lawmaker-136385278.html

CASAMENTO HOMOAFETIVO É AUTORIZADO EM SÃO PAULO

1/1/2012 -Lendo o site do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDF – deparei-me com uma notícia bastante interessando e animadora para o Direito de Família LGBT. O magistrado Felipe Antônio Marchi Levada, da 1ª Vara da Comarca de Casa Branca, em São Paulo, aceitou o pedido de habilitação para o casamento de duas mulheres.

Em seus fundamentos, o magistrado afirmou que "o casamento estabelece comunhão plena de vida (artigo 1.511 do Código Civil), constituindo o meio primordial de se edificar família, a qual se considera a base da sociedade (artigo 226, caput, da Constituição Federal)”. Ainda segundo o magistrado, em sua decisão, “esta sociedade, por sua vez, tem como fundamento a dignidade da pessoa humana (artigo 1°, inciso III, da Constituição Federal), sem distinção de qualquer natureza (artigo 5°, caput, da Constituição Federal) e vedada qualquer forma de discriminação (artigo 3°, inciso IV, da Constituição Federal)".

Para finalizar, o magistrado reconheceu a entidade familiar entre pessoas do mesmo sexo dizendo que, "... a família é meio para a dignidade humana, devendo ser garantida a todos, de maneira indistinta. Não constitui um fim em si mesma, mas meio para a felicidade humana - cuja busca é de todos, não somente da maioria".

Enquanto o Congresso Nacional permanece “deitado em berço esplêndido”, o Poder Judiciário ouve “o brado retumbante” da comunidade LGBT que clama por dignidade e faz nascer “o Sol da liberdade, em raios fúlgidos” para as companheiras de Casa Branca. Parabéns às duas mulheres contempladas pelas sábia e humana decisão do “heróico” magistrado.

FONTE: IBDFAM

Entre expectativas, pessimismo e incógnitas: o movimento LGBT brasileiro em 2011

1/1/2012 Como foi o ano de 2011 para o movimento LGBT no Brasil? Recebi essa pergunta do site Dois Terços junto ao convite para escrever esse texto. Prontamente aceitei o desafio, pois já estou escrevendo um artigo maior sobre o assunto, onde poderei explicar melhor outras e estas ideais que seguem abaixo. Em resumo: na minha avaliação, o ano começou com muitas expectativas, chegou ao meio com muito pessimismo e terminou com várias dúvidas.
Começou com muitas expectativas especialmente em função da criação do Conselho Nacional LGBT. Pensávamos que com esse gesto, a presidenta Dilma estivesse anunciando que avançaria nas políticas públicas para a população LGBT. O Conselho, do qual faço parte representando a Associação Brasileira de Estudos da Homocultura (ABEH), existe para sugerir, avaliar e acompanhar as políticas para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (ainda lamento que a sigla oficial não contemple transgêneros/as e intersexos).
No entanto, neste seu primeiro ano, o Conselho ainda não conseguiu efetivamente cumprir os seus objetivos. Por que? Existem vários motivos, mas o principal deles é que o próprio governo federal ainda não (re)conhece e respeita o Conselho como um órgão pelo qual deveriam passar as discussões sobre as políticas LGBT. Há vários exemplos de ações que foram implantadas pela própria Secretaria de Direitos Humanos, onde o Conselho está sediado, que não passaram pelas sugestões, avaliações e acompanhamento de conselheiros e conselheiras. Isso tem gerado várias tensões e uma recorrente pergunta: por que criaram o Conselho? Para fazer de conta que ouvem a sociedade civil? Para apaziguar os ânimos? Ou para juntos construirmos as nossas políticas?
Findo o período de comemorações pela implantação do Conselho, o movimento LGBT ficou em êxtase com o reconhecimento das uniões homoafetivas pelo Supremo Tribunal Federal. Mas, depois disso, muitas notícias tristes começaram a criar uma grande onda de pessimismo em relação ao futuro. O ponto central foi a interrupção do chamado kit anti-homofobia nas escolas e a desastrosa e conhecida fala da presidenta, em especial quando ela disse que seu governo não faria propaganda de “opções sexuais”. Com isso, nossa presidenta revelou um total desconhecimento sobre os temas relacionados com a área, pois não infelizmente não optamos por nossas sexualidades e gêneros, aliás, somos obrigados desde sempre a sermos apenas heterossexuais, homens ou mulheres. Essa sim é a obrigação que é diariamente propagandeada pela sociedade em geral e pelos governos, inclusive em suas propagandas e material didático.
As principais lideranças LGBT do Brasil protestaram e a ministra Maria do Rosário convocou uma reunião de emergência com os conselheiros e as conselheiras da sociedade civil, em Brasília. Participei desse encontro e fiz uma dura fala, expressa na carta pública que a Abeh divulgou na época (disponível em www.abeh.org.br). Disse, entre outras coisas, que a democracia está em risco no momento em que fundamentalistas religiosos mandam no destino das políticas públicas. Rosário não gostou, disse que eu estava exagerando e que o governo não iria retroceder nas políticas LGBT. Continuo pensando da mesma forma e considero que retrocedemos sim.
O movimento LGBT solicitou, depois disso, que a presidente e seu governo dessem sinais de que os avanços aconteceriam. Até hoje, não vi nenhuma ação significativa nesse sentido, apenas algumas pontuais ações, como a articulação com os secretários de Justiça dos estados (que não passou pelo Conselho e conta com propostas não aprovadas na I Conferência Nacional LGBT, a exemplo da criação de delegacias especializadas para LGBTs). Existe a promessa de retomada do chamado kit anti-homofobia, que receberá outro nome mas, depois do que aconteceu, só acredito vendo. Eis aí uma ação fundamental para o respeito à diversidade sexual e de gênero, cujo impacto leis não conseguirão alcançar, ainda que elas, é claro, sejam muito necessárias.
As péssimas notícias continuaram com os cortes orçamentários para as políticas LGBT, com a eterna alegação da crise financeira mundial. Em um edital da Secretaria, apenas dois projetos LGBT foram aprovados. Fomos informados de que a Secretaria de Direitos Humanos poderia gastar R$ 100 mil durante todo o ano para políticas LGBT. Isso é nada para um país do tamanho do Brasil. Depois de muita pressão de ativistas do movimento, o governo informou que em 2012 esse valor deve subir para R$ 1,100 milhão. Disse ainda que R$ 9 milhões deverão ser gastos em publicidade de utilidade pública e valores, ainda não especificados, passagens aéreas e viagens. Também relatou o conjunto de ações governamentais que devem atingir a população LGBT, mas sem os recursos especificados. Por conta desses dados, outra pergunta recorrente ouvida nas reuniões do Conselho: por que fazer uma nova Conferência Nacional se não teremos dinheiro para implantar essas políticas?
O segundo semestre foi marcado pelas conferências municipais, estaduais, regionais e terminou com a realização da II Conferência Nacional, de 15 a 18 de dezembro. Quase todo o tempo das reuniões do Conselho Nacional foi dedicado à Conferência. As avaliações das conferências estaduais foram distintas em alguns pontos (positivas em alguns estados e “razoáveis” em outros), mas os conselheiros e as conselheiras concordaram que muitas delas estiveram mais vazias que as de 2008 e que a maioria debateu apenas os planos estaduais LGBT (e não o plano nacional).
Na minha avaliação, as conferências apontaram também para um novo desenho do movimento LGBT no Brasil. É possível que hoje o movimento LGBT seja composto, em sua maioria, por pessoas com identidade feminina, com forte presença do segmento transexual e travesti e um pequeno e promissor grupo que tem reivindicado uma identidade transgênero/a, que se diferencia dos e das demais trans. Diria hoje que a identidade masculina não é mais a hegemônica no movimento LGBT que, é bom lembrar, era chamado de Movimento Homossexual Brasileiro, hegemonicamente masculino.
Além disso, fica cada vez mais visível que antigas lideranças perderam prestígio, reconhecimento e poder, o que também tem gerado tensões, brigas públicas e trocas de insultos. Essas e outras questões (por exemplo, a forte presença de jovens, negros/as e pesquisadores/as da área) tornaram o movimento LGBT ainda muito mais diverso. Na verdade, mais do que nunca, temos hoje vários movimentos LGBT no país.
Por razões pessoais, não estive na Conferência Nacional. A ABEH esteve representada pelo meu colega Djalma Thürler. Na avaliação dele, “os dias passaram sob tensão, que aumentou quando a Presidenta Dilma confirmou as expectativas e não compareceu e sequer enviou qualquer documento desculpando-se e/ou ressaltando a importância do Encontro. No entanto, a despeito disso, os Grupos que se concentraram na elaboração das diretrizes o fizeram de maneira muito coletiva num trabalho que só teve fim às duas da manhã já do dia 19 de dezembro. A despeito disso, mostramos boa dose de amadurecimento nas discussões e proposições, embora muitos delegados e delegadas tenham optado pelo frege.” Outras pessoas que produziram relatos que li sobre a conferência também destacam os problemas apontados por Djalma mas destacaram que o saldo foi positivo.
Por estas questões, penso que o ano termina com várias dúvidas. Conseguirá o Conselho Nacional exercer plenamente as suas funções? O movimento LGBT saberá conviver com sua própria diversidade, deixar de brigar entre si para brigar com nossos reais opositores (que não são somente aqueles externos mais conhecidos, pois existem preconceitos dentro do próprio movimento que devem ser atacados, a exemplo do machismo e da heteronormatividade de alguns ativistas)?
E afinal, o que quer o governo Dilma? Ficará a primeira mulher presidenta da história do Brasil marcada pelo retrocesso nas políticas públicas LGBT, influenciada pelos fundamentalistas religiosos, ou usará a sua capacidade administrativa para implantar as políticas democraticamente construídas na II Conferência para que o Brasil seja um país que respeita, festeja e aprende com a diversidade sexual e de gênero? Desejo que tenhamos ótimas respostas para essas perguntas ao final de 2012.
Por Leandro Colling
professor da UFBA, presidente da Associação Brasileira de Estudos da Homocultura (ABEH – www.abeh.org.br) e integrante do Conselho Nacional LGBT.

Balanço 2011: o ano de resistência e luta dos movimentos sociais em Alagoas

Movimento LGBT sofre com a carência de debates
 1/1/2012
2011 foi negativo para os o movimento LGBT em Alagoas. Ano marcado por vários crimes de homofobia que ceifou vidas daqueles que são violentados por serem homossexuais. A falta de tolerância por parte da sociedade e de vontade política prejudica o movimento e faz com que persista a discriminação e o preconceito. Intolerência de reconhecer que gays, lésbicas, transexuais e transgêneros são homens e mulheres que tem direito ao trabalho, a amar e à vida como qualquer ser humano.
De acordo com o secretário estadual LGBT do Partido dos Trabalhadores (PT), não houve mobilização do próprio movimento em 2011. “Houve vários assassinatos neste ano e o movimento não se mobilizou, a parada do orgulho gay não mencionou os homossexuais mortos por homofobia. E a própria parada que não cumpriu seu objetivo de reivindicar pelos direitos da população LGBT. Houve falta de organização e tivemos que paralisar no meio do percurso. Esse ano foi muito ruim para o movimento LGBT de Alagoas”, avaliou.
AE

Protestos contra a homofobia reuniram...
E como mudar essa realidade? Segundo Ednaldo, no ano de 2012 os militantes devem voltar a ir para as ruas. “Temos que voltar a discutir o programa “Escola Sem Homofobia” e reivindicar o uso do Kit Anti-homofobia, criado pelo Governo Federal. E como 2012 é ano eleitoral, temos que votar em candidatos que tenham em suas plataformas políticas públicas para as/os LGBT”. Sem mobilização, sem educação e sem políticas públicas voltadas para a população homossexual, crimes bárbaros e com requintes de crueldade como aconteceram em 2011, persistirão e os culpados nunca serão julgados.
“Se a passagem aumentar, a cidade vai parar!”
Ônibus defasados, desorganização das linhas que abastecem o transporte público em Maceió, falta de planejamento e da implantação do passe livre para estudantes e desempregados foi o norte para as mobilizações contra o aumento de passagem previsto para acontecer este ano. De R$ 2,10, os empresários do transporte queriam aumentar para R$ 2,49. “O povo não é bobo, aumento da passagem é roubo”. Explanaram estudantes que nos meses de outubro e novembro, levaram sua indignação às ruas, mostrando que o movimento estudantil permanece vivo. A carta de reivindicação foi entregue nas mãos do presidente da Câmara de Vereadores, Galba Novaes (PRB). Além da pauta contra o aumento, o movimento estudantil voltou a exigir uma mobilização antiga: o direito ao passe livre.
Da cidade para o campo: a jornada pela reforma agrária
Em 2011 completaram 15 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 trabalhadores sem terra foram assassinados por policiais militares em uma operação de desapropriação forçada por ricos empresários do município, que fica no estado do Pará. Desde então, a morte dos 19 lutadores do povo até hoje não foi solucionada e os problemas dos pobres do campo continuam sem resposta.
Alagoas, maior produtor de cana-de-açúcar da região Nordeste, tem grande parte do seu território ocupado pela atividade sucroalcooleira. Este, como todos os anos, movimentos que fazem parte da chamada Via Campesina lutaram pela instalação da reforma agrária não apenas no Estado, mas em todo o país.
De acordo com o assessor de imprensa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Rafael Soriano, a luta pela implementação da reforma agrária em Alagoas sofreu a ofensiva por parte da mídia, capitaneada por grandes empresários da indústria do álcool.
“O ano começou com a ofensiva do capital no campo pra cima da reforma agrária. Tanto pelas reintegrações de posse por ação institucional, Polícia Militar e Justiça, algumas de forma violenta, despejaram mais de mil famílias de trabalhadores rurais. Logo após isso, tivemos um golpe sofrido agora por meio de um grande jornal local, que financiado por uma Usina, denunciou a venda de lotes, intensificando antigos preconceitos contra o movimento e o discurso de que a reforma agrária é uma grande fraude. Toda uma articulação, desde Polícia, Justiça, mídia em serviço do agronegócio e dos grandes latifundiários”, explicou.
Comunicação/MST-AL

Marcha do MST no Dia Estadual de Luta...
E o movimento não se calou. Organizados com o apoio de outras entidades, os trabalhadores rurais sem terra realizaram ostensivas contra a repressão. O Incra (Instituto Nacional de Reforma Agrária) abriu sindicância para apurar os fatos e em todo o país, foi lançada a campanha contra a venda de lotes. “Mesmo com a resposta, as ações feitas pelo capital mancharam mais uma vez a luta pela reforma agrária na sociedade. O nosso balanço é que ao invés de avançar, o debate sobre esse tema retrocedeu”, avaliou Soriano.
Apesar dos ataques e de já ter começado o ano na defensiva, o movimento continuou a mobilização. Ações e a crescente do poder popular no campo, com ocupações de prefeituras no Estado, abriram negociações para cobrar antigas pautas.
“Em abril tivemos a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, onde ocupamos rodovias, latifúndios, exigindo o fim da impunidade a crimes contra lideranças camponesas o assentamento imediato das cem mil famílias acampadas em todo o país, o desenvolvimento dos assentamentos já existentes (com expansão do crédito, agroindústrias, infra-estrutura, habitação rural, escolas, postos de saúde etc.) e, localmente, a liberação das terras do antigo banco Produban para serem destinadas à reforma agrária. Foi quando ouvimos do Governo do Estado que essa pauta já estava destrancada e que já estava na mão do Incra para ser resolvida. Esses avanços foram positivos”, destacou o assessor do MST.
A nível nacional o movimento teve outra conquista a partir das mobilizações. O Governo Federal sinalizou a liberação de R$ 400 milhões para a aquisição de terras a serem destinadas a política de reforma agrária e R$ 50 milhões para o Programa Nacional de Educação da Reforma Agrária (PRONERA) e investimentos na agroindústria.
Soriano destacou ainda a mudança de direção na Presidência do Brasil. Mesmo com a baixa na destinação de verbas para a reforma agrária, Dilma Rousseff foi avaliada razoavelmente pelo movimento. Somente no final do ano, a presidenta assinou mais 70 decretos para o desenvolvimento do campo. “A partir da pressão social, em um ano em que não teríamos a criação de nenhum assentamento, a Dilma assinou os decretos destinados a reforma agrária”.
E o tabu de se discutir a reforma agrária na sociedade? Segundo Rafael Soriano é um tema que persiste como ferida no país desde a década de 1950, imposta pela política em que o país foi formado. “O país foi constituído dentro da marca da concentração de terras e essa foi a base para a concentração de todas as outras riquezas, perpetuando aquelas mesmas famílias no poder econômico, social e político, uma aliança para perpetuar os grandes latifúndios com a política capitalista.”
O que esperar para 2012?
Ano de eleições municipais, o que esperar do cenário de Alagoas para o ano? Segundo a sindicalista da CUT, a sociedade precisará estar de olho na política do Estado para poder interferir também nas decisões que são tomadas. “A sociedade alagoana tem que ficar mais atenta aos acontecimentos políticos. Nunca encontrei na vida real o lugar lindo que aparece na propaganda do governo dizendo que é Alagoas. Em 2012 não podemos nos deixar enganar por falsas propagandas ou promessas sem sentido, o que temos de fato são formatos de governos e no caso do governo Teo (PSDB) e seus aliados estamos diante do aprofundamento das mazelas do estado: analfabetismo, insegurança pública, saúde agonizante e dependência extrema das verbas federais. Em 2012 temos que ficar de olho”.
Comunicação/MST-AL

Movimento dos Trabalhadores Rurais Se...
Para o MST, o principal desafio é na condução do Incra, que recentemente teve a posse de uma nova gestora. Porém, o próprio Instituto sofre com o esquecimento por parte do Executivo estadual. “Temos um grande problema que toda sociedade já constatou. Famílias que foram despejadas de forma violenta pela Polícia de suas terras estão há mais de um ano alojadas na Praça Sinimbu, no Centro, em frente a sede do Incra. Isso é um problema que já deveria ter sido solucionado, mas falta estrutura física e humana para a resolução dos problemas. Em 2012 vamos continuar com as pautas de desenvolvimento dos assentamentos, garantir investimentos na agroindústria, educação e outros pontos necessários para os movimentos. A luta não para”, declarou Soriano.
Para os movimentos sociais um dos grandes desafios ainda é o tabu. Taxados pela principalmente pela grande mídia, estudantes, sem terra, os LGBT além de priorizar suas demandas e necessidades, precisam insistir em desmistificar o imaginário imposto por um sistema que exclui as minorias.
“A população é conduzida e induzida a participar pouco ou não participar da vida política na sociedade. todos os dias é massificada a informação de que política seria uma coisa suja, de gente desonesta, ou no mínimo chata, que não precisaria estar no cotidiano do cidadão comum. Romper com esse lógica é algo muito difícil mas é uma das metas que os movimentos sociais perseguem”, concluiu Elida.

http://primeiraedicao.com.br/noticia/2011/12/31/balanco-2011-o-ano-de-resistencia-e-luta-dos-movimentos-sociais-em-alagoas

Restropectiva 2011

Retrospectiva 2011 - Parte 1
Janeiro: Após 12 anos, Justiça Federal condena responsáveis pelo caso Bahamas
1/1/2012
Janeiro
  • Barco vira e um pescador morre no Cassino.
  • Servidor da CEEE morre eletrocutado ao concertar rede elétrica.
  • Estiagem prejudica a produção leiteira e hortifrutigranjeiros no Município. (FOTO)*
  • Projeto promove repovoamento de camarão na Lagoa dos Patos.
  • Parada LGBT reuniu milhares na praia do Cassino e teve e presença de Elke Maravilha.
  • Polícia Civil apreende quase 15 quilos em drogas em Rio Grande.
  • Após 12 anos, Justiça Federal condena responsáveis pelo caso Bahamas. (FOTO)* 
  • Estaleiros do Brasil confirma instalação em São José do Norte.

Fevereiro
  • Audiência pública discute problemas na travessia através da balsa entre Rio Grande e São José do Norte.
  • Rio Grande decreta situação de emergência devido à estiagem.
  • Quip começa atividades para construção da P-63.
  • Chegada de chapas de aço dá início à construção de cascos de plataformas em Rio Grande. (FOTO)*  
  • SI e POE prendem detentos do semiaberto com mais de 13kg de maconha.
  • Furto de rede deixa 12 mil consumidores sem energia.
  • São José do Norte começa a receber energia de cabos subaquáticos. (FOTO)* 

Março 
  • Serra Morena anuncia construção de fábrica de fertilizantes em Rio Grande.
  • Cestas básicas e caixas d´água são entregues a produtores atingidos pela estiagem.
  • Unidos do Mé conquista o hexacampeonato no Carnaval 2011. (FOTO)*
  • Chuva gera transtornos a 41 mil pessoas e deixa prejuízos na cidade.
  • Enxurrada deixa mais de 300 família ilhadas em São Lourenço do Sul e interdita BR-116. Fato mobilizou Defesa Civil e voluntários de todo o Estado.
  • Prefeitura dá início às obras do PAC e do Banco Mundial num investimento de mais de R$ 11 milhões. (FOTO)*
  • HU passa a atender integralmente pelo SUS (Sistema Único de Saúde). (FOTO)*
  • Carga de pedras preciosas é apreendida no Porto do Rio Grande.
  • Projeto de Shopping Center é apresentado. Obra orçada em R$ 800 mil deve ser construída entre o Parque São Pedro e o Viaduto da Linha Férrea. 

Abril
  • Confirmada a construção da plataforma P-58.
  • Caminhoneiros que aguardam para descarregar em terminais fazem manifestação pedindo pagamento de diárias.
  • Governador Tarso Genro participa da abertura oficial da 13ª Festa do Mar.
  • Rio Grande registra 15 casos de dengue.
  • Receita Federal doa 22 mil pares de tênis para escolas da rede pública.
  • TRF abre nova licitação para conclusão do prédio da Justiça Federal.
  • Vereador Patola afasta-se da Câmara para tratamento médico e acompanhamento psiquiátrico.
  • Megaoperação resulta na prisão de oito pessoas por tráfico de drogas; quatro carros de luxo foram apreendidos. (FOTO)*
  • 13ª Festa do Mar encerra-se com recorde de público, mais de 235 mil visitantes. (FOTO)*
Maio 
  • Dia Internacional da Dança leva bailarinos e arte ao calçadão. (FOTO)*
  • Ativistas protestam e pedem programa de castração de animais em Rio Grande.
  • Moradores do Parque Marinha invadem terreno e são retirados por policiais. 
  • Mutirão elimina focos da dengue no Município.
  • Quip monta estrutura para qualificar soldadores.
  • Justiça cassa mandato do vereador Delamar Mirapalheta. (FOTO)*  
  • Ministério Público prendem três pessoas por desvio de dinheiro da Prefeitura. (FOTO)* 
  • Vereador Patola retorna às atividades na Câmara, depois de um mês licenciado para tratamento contra a dependência química.
     
Junho
  • Mandato de Mirapalheta é extinto e vereador suplente, coronel Augusto César, assume a cadeira na Câmara.
  • Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram) realiza tratamento de mais de 30 tartarugas marinhas e 139 pinguins sujos de óleo.
  • Cram reconduz animais marinhos à natureza. (FOTO)*
  • Porto Novo anuncia R$ 340 milhões em investimentos por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
  • Caminhões transportando carga perigosa envolvem-se em acidente na BR-471. (FOTO)*
  • Navio turco Düden é vendido em leilão, após ter sofrido um incêndio em alto-mar.

Restropectiva 2011 - Parte 2
Julho: Polícia Federal incinera 62 quilos de drogas
 JULHO
  • É confirmado o primeiro caso da gripe H1N1 no Rio Grande. População preocupada corre em busca da vacina.
  • Dezoito coelhos aparecem mortos no minizoo da Praça Tamandaré. Mais um ato de vandalismo no Município.
  • Baixas temperaturas geram prejuízo a produtores de leite e hortaliças do Município.
  • Fundação Estadual de Proteção Ambiental concede licença de instalação para o Oceanário Brasil, projeto que a Furg pretende implantar entre o Cassino e os Molhes da Barra.
  • Comissão instalada pelo Legislativo rio-grandino pede a cassação do vereador Patola.
  • Polícia Federal incinera 62 quilos de drogas. (FOTO)* 
  • Casal é preso em flagrante por exploração sexual de menores.
  • Dupla de estelionatários é presa em flagrante com R$ 110 mil.
  • Mulheres dos pescadores reivindicam pagamento do seguro defeso e realizam protesto que termina em confusão. (FOTO)*
     

AGOSTO
  • Entra em funcionamento o reservatório da Corsan, no Cassino, com 500 mil litros. A obra de R$ 7 milhões foi feita para resolver problemas de falta de água no verão.
  • Brinquedo quebra em parque de diversões durante a 33ª Fearg. Dez pessoas ficam feridas. (FOTO)* 
  • Ministério Público pede a interdição do Camelódromo por não atendimento as medidas de segurança contra incêndio.
  • Engenheiro rio-grandino, João Ivo Avelandra de Souza cria máquina que despolui ambientes hídricos.
  • Rio Grande aparece em 494º lugar entre 496 cidades do RS, no ranking de investimentos em Educação.
  • Cerimônia com 600 trabalhadores marca início das obras de montagem e edificação da P-63.
  • Depois de quase dois anos atracado no cais do Porto Novo, o navio mercante Düden deixa o local e inicia viagem para a Turquia. (FOTO)* 
  • Morre o jovem Vinícius Fonseca Santana, que sofreu lesão em luta de boxe durante a 2ª Copa Descobrindo Talentos.
  • Moradores do Condomínio Waldemar Duarte iniciam movimento para construção de uma rótula para evitar os atropelamentos e mortes. (FOTO)* 
  • Patola é absolvido da acusação de quebra de decoro parlamentar e continua como vereador. (FOTO)*  

SETEMBRO
  • Estaleiro ERG2, o Estaleiro Norte, recebe licença de construção. Será implantado em área do Superporto, com 231,769 mil metros quadrados.
  • Número de estabelecimentos comerciais dobra em 10 anos. O Polo Naval é citado como o responsável pelo incremento na economia.
  • Últimos moradores da Vila das Barraquinhas enfrentam problemas para permanecer na área. (FOTO)*
    Quarenta pássaros silvestres em cativeiro são resgatados pela Polícia Ambiental. (FOTO)* 
  • Diocese do Rio Grande comemora 40 anos. (FOTO)*
    Apreendidas 18,5 toneladas de corvina pescadas irregularmente em alto mar.
  • Coletadas mais de 20 mil assinaturas pela duplicação da ERS-734 trecho entre o trevo e o pórtico.
  • Centenas de pessoas fazem fila em busca de qualificação para o Polo Naval.
  • Refinaria Riograndense inaugura nova unidade tornando-se a única produtora nacional dos solventes N-Pentano e I-Pentano. 

OUTUBRO
  • Funcionários dos Correios em greve fazem manifestação no Centro. Mais de 150 mil correspondências ficam paradas na Central de Distribuição .
  • Iniciada ação conjunta para acabar com a fila na travessia hidroviária Rio Grande/São José do Norte.
  • Curso de Direito da Furg é o 3º colocado em exame da OAB.
  • Rio Grande voltará a ter 21 vereadores, já valendo para as próximas eleições.
  • Ladrões destroem caixas eletrônicos em agência bancária. (FOTO)* 
  • PF e BM fazem apreensão de 41 kg de maconha.
  • Extinção da ZPE do Rio Grande é confirmada. Área será transformada em distrito industrial. (FOTO)* 
  • Rio Grande detém o segundo preço mais alto de gasolina no estado.
  • Caminhoneiros, empresários e usuários em geral da balsa que fazem a travessia Rio Grande/São José do Norte, fazem protesto.
  • Empresa anuncia a construção de três navios-sonda para a Petrobras nos estaleiros do Município.
  • Ibama apreende 24,8 toneladas de pedras preciosas em terminal portuário. (FOTO)* 
  • Inaugurado novo prédio da defensoria Pública.
  • Ritual utilizando um galo vivo causa polêmica na cidade.

NOVEMBRO
  • Chega ao Porto do Rio Grande o 6º lote de blindados do Projeto Leopard. São 37 carros de combate vindos da Alemanha. (FOTO)* 
  • Justiça desocupa condomínio invadido por cerca de 100 pessoas no bairro Salgado Filho. A invasão já durava 19 meses. (FOTO)* 
  • Infestação de carrapatos preocupa comunidade de São José do Norte .
  • Concluído processo licitatório para regularização fundiária no bairro Getúlio Vargas.
  • Mulher é encontrada morta em escola no centro.
  • Reforma e ampliação do cais público do Porto do Rio Grande recebe 119 milhões do PAC.
  • Magistério estadual entra em greve. Professores do Rio Grande acompanham o movimento.
  • Jovem é morto a pauladas no centro da cidade.
  • Banco de Alimentos do Rio Grande é inaugurado e recebe 10 toneladas de mantimentos. 

DEZEMBRO
  • Ressaca faz água do mar invadir ruas no balneário Cassino. (FOTO)*
  • Em quase um ano de operações, polícia apreendeu 384 máquinas caça-níqueis.
  • Vendaval causa estragos na zona rural e Município decreta situação de emergência. (FOTO)*
  • Rio Grande está entre as cidades com maior PIB do Estado.
  • Automóvel cai na água no Porto Novo. (FOTO)*
  • Dirigentes do Asylo de Pobres são afastados pela Justiça após investigação de irregularidades.
  • Seinfra anuncia início das obras do parque eólico do Rio Grande.
  • Casco da P-55 em viagem para Rio Grande.  
  • Justiça determina paralisação das obras em um trecho da BR-392.
  • Pronto-socorro da Santa Casa apresenta novo modelo de atendimento.

http://www.jornalagora.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?e=3&n=22205