Para o defensor do goleiro Bruno, tatuagem que o amigo do jogador fez nas costas prova que ele nutria um sentimento maior que amizade
13/01/2012 23:25
Amigo de Bruno desde a infância, Macarrão trabalhava como secretário do jogador e era responsável por administrar a vida financeira dele |
O novo advogado de defesa do goleiro Bruno Fernandes, Rui Pimenta, investe na tentativa de fazer com que seu cliente seja julgado separadamente dos outros três réus que irão a júri popular pelo assassinato de Elisa Samudio. A tese do defensor é que o crime tenha sido planejado exclusivamente pelo amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão. A hipótese dele é que Macarrão nutria um amor homoafetivo pelo jogador, sentimento este expresso na pele – uma tatuagem que Macarrão fez nas costas.
"Bruno e Maka. A amizade, nem mesmo a força do tempo irá destruir, amor verdadeiro", escreveu Macarrão |
Tão logo assumiu a defesa do jogador, Rui Pimenta admitiu que Elisa Samudio está morta. Até então, os advogados que o defenderam desde o início de sua prisão, em junho de 2010, de que ninguém podia provar que ela estava morta, pois não havia corpo. A estratégia do novo defensor é provar que Bruno não teve nenhuma participação no planejamento e execução do crime. Para isso, ele vai tentar o desmembramento do processo, fazendo com que Bruno seja julgado separadamente. O defensor espera que até março seja julgado o habeas corpus pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que garantira Bruno aguardar julgamento em liberdade. Esta seria a primeira etapa da estratégia dele para conseguir o desmembramento do processo.
Saiba mais...
Polícia faz acareação de Bola e detento que revelou suposto plano de matar juíza Presidente do STF pede informações à Justiça de MG para analisar habeas corpus de Bruno Bola diz que detento inventou seu suposto plano de matar juíza do Caso BrunoO advogado destaca que, à época, Bruno recebia R$ 350 mil por mês e que seu passe estava em negociação com um time europeu. “Ele ia se tornar milionário. Jamais jogaria aquilo tudo para o alto por causa de um crime desse”, garante. Rui defende que Macarrão tomou a iniciativa de afastar Elisa da vida dele. “Se o Macarrão tinha esse afeto com Bruno, ele tranquilamente teria decidido fazer isso para agradá-lo. O Bruno nunca quis fazer isso com essa moça, porque é contrário a toda a vida que ele tinha”, diz.
Rui ressalta ainda a brutalidade com que Elisa foi tortura antes de ser morta. “Consta nos autos que o Macarrão quebrou todos os dentes dela. O adolescente contou no depoimento dele que quando Elisa foi entregue aos cuidados do Bola, ela disse que já não aguentava mais apanhar. Foi então que o Bola quebrou o pescoço dela”, relembra o advogado.
Bruno, Macarrão e Sérgio respondem por sequestro e cárcere privado (pena de 1 a 3 anos), homicídio qualificado ( 12 a 30 anos) e ocultação de cadáver (1 a 3 anos). Bola é acusado de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Os quatro irão a júri popular.
Em liberdade, Fernanda Gomes de Castro responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do bebê. Dayanne, Wemerson Marques de Souza e o caseiro do sítio, Elenilson Vitor da Silva, são acusados de sequestro e cárcere privado do menor.
Relembre o caso
De acordo com o inquérito, Eliza e o bebê, suposto filho do goleiro, foram sequestrados por Luiz Henrique Romão e Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, no Rio de Janeiro, e trazidos para o sítio do atleta, em Esmeraldas, na Grande BH, em 4 de junho. A vítima teria sido mantida em cárcere privado até o dia 10, quando teria sido morta fora dali. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é apontado como o executor. A criança foi entregue à ex-mulher, Dayanne de Souza.
http://www.em.com.br/app/noticia/especiais/caso-bruno/2012/01/12/internas_caso_bruno,272106/sentimento-homoafetivo-motivou-macarrao-a-matar-elisa-samudio-diz-advogado.shtml
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